18.4.09

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què dás comigo em doido, ventania! não vês que a vida sem ti não tem graça nenhuma? estás com sarampo, papeira, varicela...? é que, se for isso, posso ir visitar-te, já tive todas e já me estou bem a marimbar para a estória dos vidros e dos berlindes. é sério, o teu pai que guarde as caras feias e ameaçadoras para outro!
a rita cola disse que esteve contigo e que acha que tens uma doença raríssima; é verdade, maria?
foi alguma coisa que fiz? que eu saiba, beijos no queixo não dão nisso... mas, sei lá... estás grávida, maria? é que se for, não te preocupes, eu arranjo um part-time na oficina das bicis ou no mcdonalds, e, a cabana dá muito bem para mais um ou dois.
responde, por favor, senão vou ter um ataque de nervos, nunca mais me endireito e ainda acabo como o meu tio rogério.

ernesto

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- rita, sabes?! hoje lembrei-me que te podia fazer uma surpresa muito agradável. pensei que podia encomendar uma pizza familiar extra tudo e mandá-la entregar em tua casa... não sei, foi uma ideia que me ocorreu!
mas tenho andado tão preocupado, não sei se vai dar... primeiro precisava de saber o que se passa com a ventania, ela não me atende as chamadas, não responde aos mail's e sms's... nem à carta e sabes como ela gosta dessas coisas de cartas "p'rá" frente e para trás! preciso de saber que raio de doença raríssima é essa e quais são os sintomas.
- ok, mas isto não fui eu que te contei, tens que jurar pela alma do fernando pessoa.
- juro, rita, juro pela alma do pessoa e de todos os heterónimos se for preciso.
- tudo começou depois da inauguração da vossa cabana, não sei o que estiveram a fazer, mas a ventania desde aí anda muito estranha. não faço a mínima ideia do nome da doença, só sei que é mesmo extraordinária e que tem tendência a agravar-se, acho que é galopante... é assim que se diz, não é?
bem, hoje quando fui lá a casa, ao aproximar-me do quarto dela comecei a ouvir umas batidas estranhas, pareciam batuques, e, ainda me deu o riso... a malta não curte essas ondas de djambés, não é?! fiquei aterrada porque descobri que era o coração dela... batia a torto e a direito, ernesto! já tinha ouvido falar de arritmias cardíacas, mas nunca pensei...
depois reparei que ela tinha as pernas aos "tremeliques" e que estava "p'ráli" com uma atitude sonhadora, olhares perdidos seguidos de surtos súbitos de sorrisos. sorrisos giros, mas estranhíssimos! é sério, ernesto, nunca vi ninguém assim, só pode ser uma doença muito ruim.
é isto. olha, costumo jantar pelas sete, sete e meia.
ciao.

2 comentários:

  1. ...espero sinceramente que a Rita venha um dia a sentir isso tudo... Responde lá ao rapaz, Ventania...

    *

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  2. o gang de personagens mais fofinhas que alguma vez vi escritas.


    e bem escritas também.

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