14.5.09

business (second round)

caramba, os meus vizinhos não podiam ser normais!? só me sai disto na rifa, agora é o manuel velhinho. foi a d. ção feijão - do seminário - que mo apresentou. lá estava ele, vermelho até às orelhas dos enchidos e do tinto, a dizer que um dia destes foi ao hospital fazer exames ao sangue e deixou lá o filho. e por isso, até comprou um terço para se pôr a rezar à noitinha na cama que foi dele e da adusinda velhinha. já se foi há muito, a adusinda, mas diz que deixou uma tonelada de feijoada congelada nas arcas da cave escura e fria que é para ele comer aos domingos; e deixou o cheiro na almofada. diz isto muitas vezes, como se fosse um refrão, e depois queixa-se. queixa-se muito da vida, da juventude perdida, do mundo que é uma bela farsa. também vem com aquela de que "primeiro é que era", «andávamos ranhosos e descalços, espetávamos vidros, parafusos, pregos e agulhas nos pés, mas, nesse tempo é que era». dio caro, e eu que só vinha às maçãs bravo esmolfe e aos ovos de galinhas de verdade!

ai ai, manuel velhinho! bem que lhe podia dar para passar as tardes sentado na taça, ou na tasca do ângelo a jogar à sueca, ao palavra-puxa-palavra. mas não, também lhe deu para abrir um negócio - o "cá se fazem, cá se pagam" -, uma pessoa liga-lhe, fala muito alto - ele é meio surdo - e encomenda-lhe o "pimbei-te", i.e., pragas e bengaladas que ele a rigor entrega no domicílio da pessoa que uma pessoa quiser lixar bem lixadinha; até parece que vai abrir um site.

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