11.4.12

VI

É do cansaço,
fecho os olhos e os olhos ardem.
Ateiam-se fogueiras em bravos mares,
partículas vermelhas desenham o teu nome,
rascunhos e rascunhos de todos os caminhos que não andei.
Letra a letra erguem-se monumentos moleculares,
depois o mapa derradeiro,
a dor de abrir os olhos e não te ver,
chumbo, o peso no peito de não te ter.
Mãe, eu não cuidei!

Mas a tudo hei-de chamar cansaço?
O cansaço nem sempre contraria.
Pode ser por não ter visto,
por ter cerrado os olhos quando não devia,
semicerrar e ter visto pouco,
por querer, ter visto quase nada
ou sem querer, ter visto de mais.

2 comentários:

  1. Ventania... que saudades. Diz-me que estás bem e que tudo isto é apenas poesia. Penso em ti todos os dias! beijo

    p.s. Recebeste a minha carta em Dezembro?

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  2. verita, também tenho saudades aos milhares e penso em ti a cada passo. estou bem, estou inteira :) e tu? recebi a tua carta e o postal, lindos e ainda sem resposta e entretanto já vamos na primavera, desculpa.
    um abraço grande grande para ti e para os teus***

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