25.2.09

foi tal o aparato

sonhei que conseguia riscar fósforos nas solas dos sapatos, fumava de um cachimbo e enchia os espaços de aromas perfumados. também conseguia levantar a sobrancelha como a clim, tinha um gira-discos e uma máquina de escrever antiquíssimos, mas que ainda funcionavam. ouvia música, num só salto levantava-me e punha-me a fazer sapateado. olhava a máquina de escrever e punha-me a dactilografar:
os livros ganham traças nas prateleiras,
há palavras que ficam verdes de bolor.
os ratos roem raposódias rosa.
os bilhetes de amor têm revisor,
os telegramas são mais doces lidos por gagos.
podemos enviar sms´s pelos pombos da sé.
três tiros tiram tristezas.
os teus olhos não são giros, são mansinhos.
giro giro é escrever o teu nome com o pé.

1 comentário:

  1. Adorei este texto... gostei mm!!

    ah, e toma lá uma parte daquela moda que gostavas de me cantar... aquela daquele génioDINHO :P


    "Depois de entre os escombros
    ergueram-se dois ombros
    num murmúrio
    e o sol, como é costume, foi um augúrio
    de bonança
    sãos e salvos, felizmente
    e como o riso vem ao ventre
    assim veio de repente
    uma criança"

    Esta é para ti minha querida comadre ***

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