Manhã
dois agentes imobiliários a medir os escombros das traseiras.
A mulher do lado a lavar as escadas,
a estender a roupa, a roupa seca mais rápido aqui
há muito vento
a mulher do lado a amanhar o peixe debaixo da árvore,
ao lado da roseira,
na mesa larga toda em pedra afia a faca:
um polvo, uma raia, peixes grandes - não sei os nomes.
Para o almoço fiz arroz com uma lata de polvo em molho de tomate,
Para o almoço fiz arroz com uma lata de polvo em molho de tomate,
assim passei a tarde: a amanhar os cabelos
e a amolar o que me atravessa.
Noite
dormi na mesa de pedra.
Manhã
a mulher esventrou-me,
não sai nada
chamou pelos netos e pelas vizinhas,
gaivotas, gatos, andorinhas, todos vieram ver
Que peixe é este, avó?
Ó, então não vês? é uma sereia feia
vazia
atiraram-me aos escombros.
Os agentes imobiliários voltaram,
levaram tudo,
fiquei por lá.
e a amolar o que me atravessa.
Noite
dormi na mesa de pedra.
Manhã
a mulher esventrou-me,
não sai nada
chamou pelos netos e pelas vizinhas,
gaivotas, gatos, andorinhas, todos vieram ver
Que peixe é este, avó?
Ó, então não vês? é uma sereia feia
vazia
atiraram-me aos escombros.
Os agentes imobiliários voltaram,
levaram tudo,
fiquei por lá.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarOlha, foi neste poema como podia ter sido noutros, e a verdade é que tenho andado distraído e há muito tempo que quase não entro atentos em blogs, e embaraçado confesso que nunca tinha verdadeiramente percebido, mas tens poemas óptimos. Mesmo. Não pares e não desapareças com o que escreves, como acontece com alguns bloggers.
ResponderEliminarPedro,
ResponderEliminarhá já algum tempo que também nem vinha aqui. Foi muito bom cá voltar e encontrar o teu comentário. Muito obrigada.